Recordando o Silêncio.
Agora recordo as memórias.
Chove lá fora, brotam as flores em pétalas.
Um silêncio profundo sonha a alma perdida.
Agora posso te contar o mais célere segredo.
O água do mar conduziu a cognição.
O tempo iluminou as emoções.
Agora lamento os versos cantados.
O chorro de um barco deslizando.
A luz das estrelas encantando os corações.
Enfim, os olhares despetaram.
Uma vontade feroz.
Tudo que sei dizer.
Revelou-me a mais doce paixão.
O direito que tenho.
O destino mergulhado em uma grande ilusão.
Posso lhe dizer quem sou.
Para onde devo ir.
O caminho percorrido.
Agora sei que esse redemoinho poderá ser demolidor.
Mostro do que foi feito minha alma.
É incompreensível os sinais das escolhas.
Sou o trillho.
Por onde pisou.
Meu coração foi feito de papel.
O ar que respiro, falta oxigênio.
Não sou nada além da distância do tempo.
O silêncio dos resquícios idiossincráticos.
Sou as sobras das destinações.
As quais foram fustigadas.
Agora tenho nos olhares.
As ideologias do coração.
O medo do reflexo da luz.
Um pedaço da tempo esquecido.
Ninguém sabe por onde andei.
O que tive que inventar.
Para entender a contemplação dos sonhos.
Hoje sou o ideário da imaginação.
Você não compreende nada a meu respeito.
Entretanto, tem o fulgor da minha alma.
A porta entreaberta.
Todavia, as palavras não foram ditas.
Se desejar revelarei as incompreensões.
Machuquei os pés.
Tive que caminhar sobre as ondas do vento.
Objetivava mimetizar os sons das palavras.
O barulho da água.
O soluço soçobrado dos anos.
Sou a alma perdida nas ilusões superadas.
O encantamento esquecido.
A chave dos segredos guardados.
A espalhafatosa recordação.
Alegria das flores embelezando o campo.
Tamanho foi o desejo passado.
Veja a cor da paisagem melancólica.
Por trás do rancor nasceram os últimos olhares.
Sinais perdidos em recordações inimagináveis.
Edjar Dias de Vasconcelos.