Sou melhor que esse tom desbotado
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Não há um canto do quarto que não me grite.
E nenhuma parede se manteve livre dos meus rabiscos.
Não há cacos que não sejam suficientes,
E o quanto de dor que suporta,
É exponencialmente inversa a todos aqueles sonhos almejados.
Eu que não calo mais o meu grito.
Nenhum santo me ajuda nessas horas.
Não há refrão que apague meu peito.
Não tem tijolos que construam, é em vão.
Mas sou melhor que esse tom desbotado.
E minha sala tem lugares inexplorados.
Meu sorriso anda ecoando por aí.
Decorando frestas que mostram lugar algum.
Com a inexatidão fiz apelos.
Desejei sua falta e antipatia.
Nenhum verso pode ser dito a mais.
Nenhuma oração pode afagar,
Nenhuma reza me consola.
Sou bem mais que esse tom desbotado