TANTO QUANTO...

Tanto mais distante estou da noite soturna

Menos o silêncio fere meus tímpanos atroz,

O tempo cerze o metafísico e é muito veloz

Perante os ventos que sopram sinos e dunas.

Tanto menos se pressente a dor que inflama

Mais se sente o oásis que se instala na alma,

É um deserto do íntimo onde nada se deságua

E no pátio da inconsciência a poesia se declama.

Quão frequentemente no amor a paixão é trote

Que dilata nas artérias o insano desejo que foge

Pelas veias em que o sangue rubro se coagula...

Quanto ardor se observa do prazer o cio amargo

Que veleja pela consciência dum raciocínio vago

Mesmo que se despoje de ansiedade a estrutura!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/10/2017
Código do texto: T6137967
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