A ARTE DA VIDA
É necessário morrer um pouco a cada dia
para seguir praticando a arte da vida.
Morra seu ditador, aquele que lhe dá ordens
para seguir a cartilha dos antigos valores,
elimine o déspota de suas sensações,
que lhe manda suprimir arrepios,
se desfaça da mãe deformada,
a que criou para evitar desejos...
...
Lamba o selo do outro lado,
corte o cabelo começando pelo cocuruto,
regue a planta do seu vizinho,
melhor que dar o braço ao cego
é aprender a enxergar o que ele vê.
...
Quem o vê passar nem imagina
o que você é por dentro.
Mostre.
Salte, corra, viaje, duele, vença,
parta, reparta seu coração-melancia.
O que nunca saberemos é o que fará
no próximo segundo.
Aliás, a arte da vida é isso:
saborear cada vitória
e arcar com cada prejuízo.