CAMALEÃO
Pousa de santo
Sendo um capeta infernal
O faz derramar o pranto,
De maneira sensacional,
Mas não passa
De um ser sem graça
Aproveitador do baixo astral
Para tripudiar no outro
E se dar bem de carnaval a carnaval.
Dá uma de vítima
Mas vitima o outro numa boa,
Passa por cima de valores
Declarando amores
Distribuindo horrores
Em busca de sua egoísta paz
Que tira a paz dos outros
Só por ti mesmo.
Fala de tudo o que é errado
Dando uma de moralista
Nunca querendo ser o culpado
Mas seu jeito sensacionalista
O denuncia de cabo a rabo
Porque tu és imperialista
Com discursos marxistas.
Com sua psicologia
Anota erros do passado
Discursando noite e dia
Como se fosse um coitado
Até amolecer os corações alheios
Mas em poucos dias após essa choradeira
Posa-se como o rei do gado.
Joga a pedra e esconde a mão
Alfineta teu irmão
Sem o menor constrangimento
O deixando em maus lençóis
Sem lenço, sem documento,
Depois cura suas feridas
Como forma de arrependimento
Mas mal as feridas se cicatrizam
Você arranha com tal presteza
Que ir ao hospital de novo
Será seu único remédio ambulatorial.
Seus venenos exalam no ar
Mas com uma suavidade total
Sabe muito bem como tratar
A quem você quer enganar
Com seu jeito pseudo-natural.
Araguaína – TO, 2017.