AS MAZELAS DO PRECONCEITO
Perambulam pela sociedade,
Como espectros anestesiados pelo mal,
Os sacerdotes do preconceito ilimitado.
Alucinados pelos seus gritos de intolerância,
Vivem numa frequente guerra vampiresca
Contra toda a diversidade da vida.
Os preconceituosos se corrompem
Nas mazelas dos seus ideais facínoras;
Eles não fazem outra coisa senão viver
Nas areias movediças das perversidades
E nas águas lodosas do absurdo
De uma existência degradante.
Sem qualquer clemência e humanidade
(E em estado de alerta perene),
Os missionários do rancor vociferam
Palavras de ressentimento
Através de seus arsenais de destruição.
Existem nas almas intolerantes,
Nas almas devastadas por preconceitos,
Apenas uma ânsia diabólica
De combater e de arruinar
Todos aqueles que amam a liberdade;
E, ao mesmo tempo, tudo o que há de mais verdadeiro
No coração daqueles que não se renderam a morte.
Legiões de homens em estado doentio
Erguem os seus altares nas sepulturas,
Patrocinando proselitismos
Caos, abusos e absurdos;
Tais pessoas apenas subsistem
Na idolatria de si mesmos,
Criando liturgias que impulsionam
O engrandecimento de um ego
Fadado a uma dissolução irremediável.
Entoando cânticos de ódio e de rancor
Contra tudo que é diferente e estranho,
Há homens que se impregnaram
Pela doença do preconceito e do orgulho.
Em quantidades diárias,
Inoculam nas suas relações
Doses de venenos letárgicos,
Espargindo ondas de preconceitos
Sem precedentes,
Embora escondidos e camuflados
Nas entrelinhas das ideologias
Mais sangrentas e nefastas.