In verso
Eu me visto de avessos,
Sou feito de inteiros, mas tudo me falta!
O excesso é vazio...
Sou multidão e solidão
Contemporaneamente...
Sou mente amando o conflito da própria existência,
Sou a latência da dor, e o gosto alcalino da adrenalina...
Sou a prosa descrita in verso,
E ainda o excesso do vazio!
Sou vida!
E vivo-a, a espera da morte.
O inverso em versos confusos,
A nudez do mundo...
Um pequeno buraco na parede
Onde o olhar deleita a micro fração do paraíso.
O desejo da poesia concreta
é ser escultura,
Contemplando a tristezura da alma vestida.