MAR DE POESIA
Corre pelas veias salga a alma em palavras.
Verso por verso, rima por rima banha as fímbrias do coração.
Sagrado sal, sagrada palavra, mar de poesia.
Engolfadas ondas de inspiração riscam na areia da pele.
As penas correm como velas ao vento, celebrando as teclas
de um mudo piano.
As imagens vão passando correndo como longas pernas.
Nascer do sol, poente sol, enluarada noite.
As palmeiras dobram ao longe ao sabor do vento.
Doce canção confunde a dor, fechando a ferida.
Tal cicatriz, curada tênue, renovando a vida.
Tudo é importante no verso branco na mente do poeta.
Rolam as horas na fome louca de cozinhar palavras.
No fim do dia sobraram retalhos para uma nova colcha.
Regina Madeira
26/09/2017 – 16:48 h
"imagens do Google"