ENTRANHAS ADORMECIDAS
Por céu claro como algodão
Numa noite que se nutre numa canção
Águas que se estendem
No rosto quando o riso
Dos ignorantes paira na face
E a faceta do mal nos enlaça
O profundo sono perde o sonho
Influenciado por uma réplica
De uma dor que as negras asas
Trouxeram naquele dia
Em que a esperança tomava nova direção.
Já como uma visão muito diferente
O sonho busca novas esperanças
Que haviam impregnadas
Na cauda daquele vento forte
Que tocava as entranhas
Das noites adormecidas
Pelo silêncio que comandava
Cada minuto daquele
Como se fosse um líder derramando sangue
Em prol dos que acreditavam em sua ação
Essa mistura de emoção
Com razão de o nada existir
A palavra exata no momento inócuo
Que traz o som das águas da cachoeira
Situada naquele mais lindo lugar
De fazer um repouso legal
Estar aqui agora escrevendo algo solto no ar
Mas encurtando dialogo
Que poderia arrastar-se por muito mais tempo
Pois as palavras soam sangue inocente
De muita gente que já morreu por nada
Ausente de quase tudo no momento
Que a vida apenas começava a dar
Um pequeno sinal de luz do olhar
Daquela linda menina que banhava
Na cachoeira do Prata, bem perto de
Jaciara, cidade bonita do Estado de
Mato Grosso é um colosso a ser
Preservado pelos que pensam no futuro
De novas gerações.
Uma revolta por si mesma
Como uma angustia mal elaborada
Uma vontade sair
Quando uma força o empurra para dentro
A situação foi criada e não existe escapatória
A dor do arrependimento é enorme
Mas o passado não volta
O presente é um inferno disfarçado
O diálogo encurtado é apenas falta de opção
A voz está atravessada na garganta
O grito de explosão é uma questão de tempo
Enquanto isso perto do osso a carne é mais gostoso
E o gosto amargo do saber quase-tudo
Maltrata que o detém
Mas pode elevá-lo a novas facetas
Que estão por vir
Como um dia atrás do outro.
Rondonópolis-MT, 1997