ENTRANHAS ADORMECIDAS

Por céu claro como algodão

Numa noite que se nutre numa canção

Águas que se estendem

No rosto quando o riso

Dos ignorantes paira na face

E a faceta do mal nos enlaça

O profundo sono perde o sonho

Influenciado por uma réplica

De uma dor que as negras asas

Trouxeram naquele dia

Em que a esperança tomava nova direção.

Já como uma visão muito diferente

O sonho busca novas esperanças

Que haviam impregnadas

Na cauda daquele vento forte

Que tocava as entranhas

Das noites adormecidas

Pelo silêncio que comandava

Cada minuto daquele

Como se fosse um líder derramando sangue

Em prol dos que acreditavam em sua ação

Essa mistura de emoção

Com razão de o nada existir

A palavra exata no momento inócuo

Que traz o som das águas da cachoeira

Situada naquele mais lindo lugar

De fazer um repouso legal

Estar aqui agora escrevendo algo solto no ar

Mas encurtando dialogo

Que poderia arrastar-se por muito mais tempo

Pois as palavras soam sangue inocente

De muita gente que já morreu por nada

Ausente de quase tudo no momento

Que a vida apenas começava a dar

Um pequeno sinal de luz do olhar

Daquela linda menina que banhava

Na cachoeira do Prata, bem perto de

Jaciara, cidade bonita do Estado de

Mato Grosso é um colosso a ser

Preservado pelos que pensam no futuro

De novas gerações.

Uma revolta por si mesma

Como uma angustia mal elaborada

Uma vontade sair

Quando uma força o empurra para dentro

A situação foi criada e não existe escapatória

A dor do arrependimento é enorme

Mas o passado não volta

O presente é um inferno disfarçado

O diálogo encurtado é apenas falta de opção

A voz está atravessada na garganta

O grito de explosão é uma questão de tempo

Enquanto isso perto do osso a carne é mais gostoso

E o gosto amargo do saber quase-tudo

Maltrata que o detém

Mas pode elevá-lo a novas facetas

Que estão por vir

Como um dia atrás do outro.

Rondonópolis-MT, 1997

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 25/09/2017
Código do texto: T6124892
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.