A PORTA DA LIBERDADE
Rapazes sobem o morro
Para tentar conseguir o seu ouro
São apenas drogas que no fim deixam dependentes
Mas não há nada de glorioso nesses dias deprimentes
Vocês jogam pedras no ônibus
Só por ser engraçado
Mas não tem graça
Levar uma pedrada na cara
E ir para a cadeia
Para ser feito de princesa
Vocês são jovens
E matam sem pensar
Vocês sabem que bastas um gatilho puxar
Para com uma vida acabar
E tantas lagrimas uma família derramar
Essa geração
Só me da depressão
Por que as coisas não são as mesmas
E a paz já não reina
Os velhos nas filas do posto
Estão morrendo aos poucos
E a saúde que debilita
É umas das coisas que mais me irrita
Que tempo escroto
Que tudo perde a vontade
Nesse mundo fedido que nem um esgoto
A vida já perdeu o gosto
Os dias estão tão amargos
Que é perigoso caminhar na frente do lago
Ficam dando tiro no escuro
Nesses dias não me sinto feliz
E quando saio na rua nem sei o que é se sentir seguro
Viu, não tem nada de bom no meu país
Todo dia é só tragédia
E tem abobados que ainda veem nisso uma comedia
Confundem arte
Com marginalidade
Tudo que era bom já acabou
Me sinto em frente a um gigante muro
Tão imenso quanto o mundo
Mas onde vocês veem um muro
Eu vejo uma porta
A porta da liberdade