Cruzadas
A cidade sagrada
De cada um
É violada...
Acuada...
Atacada!
Homens com suas armaduras
Empunhando símbolos e brasões
Sobem e descem ladeiras,
Ruas e escadarias,
Que são caminhos por onde
Passa todo tipo de esperança.
Metal vil metal.
O que está em disputa?
Qual verdade será válida?
Quem é o alvo?
Escudos motorizados para o mal
Entram e sai bufando atrás do
Que foi perdido muito antes.
O luto dirigível dos Caveirões
Não é mais novidade.
Nós matamos e colocamos cruzes
Ainda somos cristãos!
Via dolorosa
Vida dolorosa.
Quantos Cristos ainda mataremos?
São apenas judeus
Que resistem todos os dias.
A Palestina é aqui.
Gaza é aqui.
E ainda queremos paz
A paz que se faz
Com suas ordens e seus canhões,
Com canetas e ocupações.
“Jerusalém! Jerusalém!”
Com seu Cristo de braços abertos
Que de sempre bem perto
Está dos que vão ao seu encontro.
Rio! Rio de lágrimas!
De futuro sombrio e incerto
Entre templários e sarracenos
Que perderam sua fé
Na luta sem vencedores
E de perdas sagradas.
Henrique Rodrigues Soares – Pra Fora/ Por Dentro.