POEMA ÁRIDO

Minha poesia é muito seca.

Ela fez parte da razão da existência

Do meu ser poético por ti.

Não sou um poeta lírico.

Sou um poeta seco por natureza.

As palavras dos meus poemas

São comuns a todo mundo.

Não busco palavras líricas

Para expressar o que sinto.

Sinto o que todo mundo sente.

Vivo no mesmo mundo de muitos.

Não sou nem um pouco romântico.

A dor que sinto é de ranger os dentes.

A febre tão alta que nem sei se vou reagir.

O que sinto agora é um mundo ausente

E uma vontade louca de sair gritando por aí.

Esse mundo aqui é árido demais.

A fertilidade escorre por entre os dedos.

Já não brinco mais como antigamente.

Sou um poeta árido como muita gente

Minha poesia vai sair molhada.

Basta que chova em minha horta.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 19/09/2017
Código do texto: T6118946
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