OS n OSSOS.
Como bonecos em frangalhos
É como vejo que ficaremos
Quando vestirmos os andrajos
De nossas recordações.
Serão somente trapos
Em corpos envelhecidos
Das alegrias desnudados
Das paixões saudosas.
Na minha memoria guardados.
Lembro seus pômulos.
Nas madrugadas acariciados.
Com teus olhos já acordados.
Todos os carinhos
Em ti feitos
Gostaria de tê-los somados.
Aos outros tantos desejados.
Nesta distância desperdiçados.
Mais aqui confessados.
E com esperança desejados.
De ainda serem realizados.
Mesmo que silencies teus desejos.
Todos são denunciados.
Não consegues disfarça-los
São reflexos indomados.
Somos do tempo, seus frutos.
Por dois corpos plasmados.
Encontro dos nossos destinos.
Num abraço de amigos.
Na nossa cama deitados,
Nossos corpos suados,
Nossos carinhos completados.
Nossos anseios realizados.
Alguns músculos adormecidos,
Pernas, mãos e braços,
Em volta dos corpos entrelaçados,
Nossos lábios, de beijos molhados.
Adormecemos arrumados.
No calor dos nossos corpos.
Na tua nuca sob macios cabelos,
Adormeço neles perfumados.
Guardo na mão um dos seios,
Em outros membros outros carinhos.
Percorro coxas e braços,
Até adormecermos.
Com mais dois beijos.
Calamos e adormecemos
Dou-te meu respeito e carinhos.
Como eternos companheiros.
DOMINGOS INÁCIO.