CORPO FECHADO

Meu coração agonizante está fechado a ferrolhos pra balanço

Ninguém nele entra e ninguém dele sai em um reles suspiro arfante

Tentei a céu aberto fechar as prisões crucíferas das horas arteriais

Que neste ranço viscoso se contrai querendo fugir do alvedrio peito..

Quais ventrículos de ponteiros iludidos

nas esquinas dos sonhos desfeitos

Vou tiquetaqueando as reprisadas horas venosas

como pássaros que perdidos passam

Voando já enfraquecidos pela contração da saudade crispo-colapsada

em um lunar-sufocante ar rarefeito...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 13/09/2017
Código do texto: T6113467
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