Entre Tolos e Sábios

Eram espinhos banhados de ouro,

mas não deixaram de serem espinhos.

O tolo enxergava apenas os quilates,

O sábio enxergava os espinhos.

Eram apenas fezes banhadas de ouro,

Mas não deixavam de serem fezes.

O tolo enxergava os quilates,

O sábio enxergava às fezes.

Eram dias de chuva, eram também dias de luta;

O tolo se protegia, deixando de sorrir por nublado estar.

O sábio regojizava-se deliciando-se á cada gota que caia,

Sorria e cantava junto aos pássaros e vivia.