AMANHÃ
Guarda essa nesga
De queixume,
Nêga.
Banzo não nega choro.
Afasta daquela lama
A cara amassada por muxoxos.
O peito arfando.
Doído desgosto.
Tortura a boca,
Cala a Paixão,
E quando a fraqueza voltar
Aprende a urrar “Não!”.
Amansa os cabelos,
Revolta o coração,
Afias as unhas,
E parte, toma teu quinhão.
Dança feito criança,
Ruge como trovão,
Ribomba qual tambor,
Faz da tua vida, ação.
Acorda para a lida,
Por que a isso resume-se a vida
De quem menos tem guarida,
E recusa-se ser vencida.