POETIZANDO
Os poetas escrevem cópias..., contudo, soletram as sílabas de maneiras as mais diferentes.
Pois cada sílaba da sua poesia são escritas sob os ritmos que ditam a emoção da sua alma!
E essa emoção em tese os diferenciam, pois escrevem mediante  os roteiros de suas vidas.
As pessoas sempre colhem o que semearam, não existe atalhos, os poetas colhem sonhos.
Daí os verbos, serem declamados, ao som dos ecos de cada vida, e de suas experiências...
Aquilo que vemos está interligado com o que somos,  os poetas vêm as imagens do que são,
Que são em realidade suas memórias,  seus  roteiros de vida, seus sonhos, suas fantasias...

Quando o poeta, escreve o que sente, na verdade descreve a se mesmo, suas percepções.
Daí, mesmos temas, vestir-se de trajes diferentes, existem sonhos em cada alma, únicos...
A nível humano, ser é ver, o poeta vê através da lente da  sua alma,daí os saltos qualitativos,
Os  versos do poeta consolam, arrumam as camas, molham os travesseiros, e abrem janelas.
Assim as  rimas voam e são musicalidade aos ouvidos, esses sons que adjetivam suas poesias
E se essas poesias, esses versos,se encontram o endereço, o coração que a recebe move a lua!
Assim as poesias vicejam, criam asas, criam asas, voam, e o verbo  derrama iluminando-se.

O verbo ecoa, o poeta ouve as vozes do seu silêncio, solitário, enquanto escreve seus sonhos.
Não entendo, o fingidor, de Pessoa, o poeta sente não só as suas dores, mas as dores alheias,
Por isso o poeta sofre,  pode até fingir que não sente,mas o que sente de longe é fingimento!
Pois seus versos o denunciam, despem sua alma, e sua emoção fica tatuada nos seus versos.
E faz um Sol em cada estrofe, essa riqueza traduz os paradigmas, seus modelos, seu padrão 
O poeta  traz em se, o fascínio,  e quando abre as mãos deixa voar um punhado de metáforas,
Um revoar  de andorinhas, escrevendo seus poemas entre os arco-íris, que viram estrelas...

Albérico Silva