As lágrimas não são para mim
Na minha tumba
havia uma rachadura
que trazia a luz e o cheiro de mato.
Às vezes, o melhor da festa
era o nascimento de uma flor
no pequeno vaso de barro
que morava perto do mim.
Um dia soprou um vento tão forte
que fiquei sem as minhas margaridas.
As pessoas, antigamente, até vinham
de vez em quando me ver.
Depois me esqueceram...
Também... já passou tanto tempo
que hoje nem mais conheço
os novatos que vêm visitar os meus tataranetos.
As lágrimas já nem são para mim...
O tempo também passa por aqui.