CRENÇA NO AMOR
Por Sandra Fayad
 
Primeiro açoitou-me a ventania uivante
Depois abraçou-me o redemoinho impiedoso
Veio a tempestade enroscar-me em pedras e paus
E triturar-me os ossos como em um moinho.
Arrastei-me entre gemidos e lágrimas de sal
Até um rio doce onde construí meu ninho.

Por ainda acreditar no amor
Pelo sonho de viver o amor.

Vieram os predadores, os homens do mal.
Riram, debocharam e escarraram sobre mim.
Da destruição impiedosa só restaram mais dores,
Minhas vestes já não cobrem minhas carnes expostas,
Meu cérebro já não comanda meus movimentos,
Já não sei se o sol nasce ou se põe às minhas costas.

Mas insisto em acreditar no amor.
Resta-me, ainda, o instinto de viver o amor.

Bsb, 25-08-2017

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Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 25/08/2017
Reeditado em 27/08/2017
Código do texto: T6095110
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