Não sobra nada;
Não sobra nada, apenas o silencio,
apenas os aromas do nada.
não sobra nada.
Não sobra nem sequer o ar nos pulmões,
se foi, com outros ares
A voar pelo mundo com o vento,
que se foi, como se fosse ar pra escapar.
Não sobra nada.
apenas sobra algo vivo,
apenas sobra vivo algo,
que sobra, entretanto, sem ar pra
respirar,
sem vento que o leve.
Distante do coração
E do nada.
Sobra então;
Apenas um silencio.
Apenas o silencio,
Apenas teu silencio
Apenas meu silencio que não se cala,
que não me deixa nunca em paz.
Apenas um sussurro que tenta te silenciar mais
sobra. não sobra quase nada além disso.
Apenas nada.
Não sobra nada.
Tudo se foi com o silencio do ar dos suspiros
Que não podem falar nem suspirar,
Porque não sobra nada.
Não sobra nada.
Sequer algum lamento,
Sequer alguma lagrima perdida,
Sequer o horizonte montanha acima,
Sequer sobra o horizonte.
Não sobra nada.
tive tempo, sim eu sei
Eu tive, mas não sabia que
Nada sobraria.
Nem sequer uma lagrima no mundo
Para poder expressar tudo.
Não sobra nada.
O vento levou por suas montanhas
de plumas que distorcem a consciência,
como um leve sussurro no ar,
Que não diz nada. porque não sobra nada.
Apenas sobra um mundo para o mundo,
Apenas sobra terra para a Terra,
Apenas sobra céu para o céu,
ou seja, não
Sobra nada.
Eu fico sem palavras,
Eu fico sem vida,
Eu fico inexpressável.
Porque não me sobra nada além
do meu nada.
Então; nada.
Não voltará o sussurro interminável
Não voltará a chama que acendia com seu fogo,
A vida que suspirava interminavelmente.
Porque não sobrou nada.
Nada pra dizer ‘nada’, com um sussurro.
Não sobrou nada.