REFLEXÃO

Já muito andei sem enxergar, sem ver,
O que me fez e me desfez, a fome...
"Ana" é o nome que alguém me deu,
Mas eu não sei meu verdadeiro nome.
 
Caí no mundo sem querer, talvez,
E abri os olhos numa noite insone...
-Fruto do sonho de alguém que me fez,
Ou “Pesadelo” é o meu codinome?
 
Ando na vida sem qualquer paixão,
Nada me prende, eu vejo a dor passar
Do mesmo jeito que passa a ilusão
Em direção ao inevitável mar.
 
Acolho as flores e também a lama,
Estendo as mãos ao céu e ao inferno
Ando entre o nada e o sempiterno
Sem pretensões de vislumbrar o Brama.
 
Passa minha vida, e passa o que eu sou
O que me trouxe é o que vai me matar
Tenho o  que amei e o que odiei também
Entrelaçados em meu DNA.


 
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 17/08/2017
Reeditado em 17/08/2017
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