Deus por um Dia

Curvaram-se todos ante a presença da Rainha,

E fez-se um silêncio total.

Caminhou em passos articulados,

Postou-se diante do seu trono,

E anunciou em voz alta,

Que tudo que ali dissesse, lei se tornaria.

Ao seu lado,

Um mestre da escrita estava pronto para agir,

Anotaria em documento tudo que Ela dissesse;

Transformando em decreto,

Para que todos pudessem seguir.

- “Nenhuma palavra minha poderá ser contestada.

Se eu ordenar a morte,

A sentença deverá ser imediatamente executada.

Toda traição e mentira devem ser para sempre banidas,

E aquele que for desleal, ou faltar com a verdade,

Pagará com a própria vida.

Assim, decreto que nada estará acima do Reino,

Nenhuma crença, interesse, ou questão pessoal.

A todo súdito é dever a obediência e a submissão total".

Eis que, à porta do castelo, tocam as trombetas.

O Primeiro Ministro solicita audiência e a atenção da Realeza.

Pede a Rainha que fosse tomada uma decisão:

Havia um traidor na corte, que precisava de punição.

- “A lei já está escrita”, respondeu a Rainha,

Que sirva de exemplo para todos,

Perdendo a própria vida.

Vá e execute a sentença,

Não importa quem ele seja,

E traga de volta à minha presença,

Sua cabeça em uma bandeja”.

Minutos depois,

Para espanto da Rainha,

E de todos que estavam no grande salão;

Surge novamente o Primeiro Ministro,

E sobre a bandeja,

A cabeça do próprio irmão.

- “Matastes teu próprio sangue?” Perguntou a Rainha.

- “Fiz cumprir as vossas leis,

Que agora são minhas”.

“Revoguem-se todas as leis!” Proclamou a Rainha.

"Que seja sem valia tudo o que até aqui foi escrito,

E que a minha única lei seja seguir as Leis anunciadas por Cristo".