MISTÉRIOS

O homem é uma parábola.

Ele se desenvolve em meio

A uma analogia meio indireta,

Contudo seu caminho no mundo

Deveria ser sempre em linha reta.

Se o fim justifica os meios,

Parece que o homem é de permeio,

Pois no mundo material é finito

Enquanto infinita é a existência.

Se o homem existe porque pensa,

O que dizer da vida regada pelo instinto?

Entre a racionalidade e o irracional

Há uma gangorra que causa desavença,

Porquanto há alegorias do infinitesimal

Que tornam os não pensantes inteligentes.

O homem não é alfa nem ômega,

Ele é delta calculado por gama e Pi

E tem estágios numéricos indiferentes

Que circundam a essência do analfabeto

Fazendo de todas as mentes algo esperto

Em que alma é o júbilo do viver onisciente.

Apele-se à Criação para resolver o enigma:

De uma simples costela de barro houve sopro,

Então permitamos que os ventos soprem aleluia

E retiremos do conhecimento baldes de cuia

Visto que estamos sempre a renascer de novo.

Sim, o homem é uma parábola e, de acordo

Com todos os conceitos físicos e químicos,

Um dia tornar-se-á matéria inorgânica...

Isto não contém qualquer novidade. Motivo?

É que inorgânicas são as atitudes humanas

Perante os mistérios do divino em relação

Ao barro. O homem é apenas átomo, nada mais!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 13/08/2017
Código do texto: T6082741
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