Porta
Fábio Costa
Encostada, sem tranca
aguarda os sinais de seus passos;
o anúncio de sua chegada
o retorno de quem nunca se foi.
Nas tardes ensolaradas,
nos degraus de minha porta
observo a poeira no ar
e os vultos que se deslocam.
Neles não lhe reconheço,
mas aguçam as memórias de outrora.
Seria o tempo dizendo: espere?
Ou o coração apontando as derrotas?
Afinal você se foi,
e ela se fechou pela última vez.
Rangeu pela ausência de afetos
Dilacerou o peito meu.
O sol se põe e os vultos se apagam.
Já não distingo nem mesmo os pássaros.
Aqueles que cantavam no final da tarde
no mesmo compasso e horário.
Junto ao sol as memórias esfriam.
Adentro pela porta que range.
Atrás de mim o som da madeira
dentro, a dor da sua ausência.
Ela não tem tranca e fica encostada.
Sempre aguardando seus passos na escada.
O toque que recorda sua chegada
e o som da chave que gira
dando sinais de que nunca mais me deixará.
Photo by Adão Roberto da Silva
Fábio Costa
Encostada, sem tranca
aguarda os sinais de seus passos;
o anúncio de sua chegada
o retorno de quem nunca se foi.
Nas tardes ensolaradas,
nos degraus de minha porta
observo a poeira no ar
e os vultos que se deslocam.
Neles não lhe reconheço,
mas aguçam as memórias de outrora.
Seria o tempo dizendo: espere?
Ou o coração apontando as derrotas?
Afinal você se foi,
e ela se fechou pela última vez.
Rangeu pela ausência de afetos
Dilacerou o peito meu.
O sol se põe e os vultos se apagam.
Já não distingo nem mesmo os pássaros.
Aqueles que cantavam no final da tarde
no mesmo compasso e horário.
Junto ao sol as memórias esfriam.
Adentro pela porta que range.
Atrás de mim o som da madeira
dentro, a dor da sua ausência.
Ela não tem tranca e fica encostada.
Sempre aguardando seus passos na escada.
O toque que recorda sua chegada
e o som da chave que gira
dando sinais de que nunca mais me deixará.
Photo by Adão Roberto da Silva