De consertar o mundo
não vai consertar o mundo
a ingenuidade do poema
por mais duro e cruel que seja
mesmo que objetivo e pragmático-
ele sempre fala do sonho e do belo
para criar raiz e tentar ser eterno
o mundo que este poema habita
precisa do gesto forte
da palavra precisa e certa
aquela que escancare a dor
de um universo doente
de uma sociedade esquálida
do valor distorcido e vão
do indivíduo solitário e triste
para curar essa ferida
só é necessária a consciência
de que a mudança é possível
quando o todo se transforma
e então, o poema ingênuo e tolo
será o brado da vitória.
Magda L. Carvalho