O rio está morto

O meu trajeto pela manhã e tarde

Atravessa um rio

O Camarajipe

Quase sempre desvio o olhar

Ele está morto

Em putrefação

Certo dia, nos olhamos

Era tudo tão turvo, sem beleza

Que Narciso não mergulharia

na própria imagem.

Lembrei-me do “índio”

Que cantou para um rio morto...

Por um instante, fiquei muda

Cantei uma canção em silêncio

e continuei o meu caminho...

Enquanto dezenas de garrafas pet

Dançavam com as águas mortas do rio.

Wiara Barreto
Enviado por Wiara Barreto em 03/08/2017
Reeditado em 03/10/2024
Código do texto: T6073319
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