O rio está morto
O meu trajeto pela manhã e tarde
Atravessa um rio
O Camarajipe
Quase sempre desvio o olhar
Ele está morto
Em putrefação
Certo dia, nos olhamos
Era tudo tão turvo, sem beleza
Que Narciso não mergulharia
na própria imagem.
Lembrei-me do “índio”
Que cantou para um rio morto...
Por um instante, fiquei muda
Cantei uma canção em silêncio
e continuei o meu caminho...
Enquanto dezenas de garrafas pet
Dançavam com as águas mortas do rio.