DIA DA ERRATA
Hoje é mais um dia de tantos outros que virão
Dia de preocupação em convulsão.
Dia morno e de calor, um horror.
Dia vazio, bravio, de dá arrepio.
Dia de solidão a exaustão.
Preso num cubículo fechado
Quase sempre sentado e atado
Olhar perdido mais que assíduo
Olhos a vagar através do vidro.
Por um certo algo ou alguém que nunca vem
Mas veementemente me retém.
Na tela do computador a mesma cena.
Na sala os mesmos objetos sem vida
De tantos e por tantos dias afio
Eu sei como é difícil ter paz,
E ser criança de novo... ah, nunca mais
Só resta o silêncio audaz detrás
A monotonia assaz feito capataz
E pra aliviar o soluçar voraz e mordaz.