PACIÊNCIA

Efebo não sou eu, sou outro

E como não sou, não sou ouro.

A vida me torna virgem, donzelo

E, como estou imaculado, atrelo e

Diante desta imagem sou louro!

Mancebo que vive entre enseadas

A perambular pelas areias... Estouro

As bolhas que se ficam no solo, azadas.

Não me aflige o ar da terra úmida,

Somente banho a consciência esculpida

Pelo sal que arrolo ante a pele meio tímida

Sem compreender porque visto a túnica

Do anjo casto que não está ainda no prelo,

Mas que sonha e vive... Ser homem: espero!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/08/2017
Código do texto: T6072548
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