CORRA
Corram todos, corram enquanto a vida insinua como quem diz vem,
Ainda que os perigos façam caminhos aos peregrinos,
Ainda que as noites sejam de sinceros medos,
De que o sonho um dia seja mera lembrança,
Corra enquanto o coração diz sim,
Sempre que haja um sentimento,
Corra antes que as luzes se apaguem,
E você seja um perdido entre a escuridão,
Corra quando os maus pensamentos tentarem aprisionar seu coração,
Fazendo-o lembrar de quando confiou em espinhos que não tinha flor,
Largando feridas que sangram e sangram sem parar,
Nos dias que você apenas existe por existir,
Corra dessas neuras que rasgam a alma,
Como o leão rasga o cervo para se alimentar,
Quando o sorriso apenas tenta esconder o medo,
De te perder neste contratempo, sem saber quanto tempo isso irá durar,
Corra quando pensares que você não será nada além,
Do que a sombra de um desejo que o corpo jamais conseguirá cumprir,
Quando os pensamentos feitos pássaros começarem a sobrevoar sua cabeça,
Fazendo crer que você nunca será tão bom para ele, quanto ele é para você,
Corra, para que não deixar nenhum deles se aninhar,
Corra não para fugir, corra para não parar,
Tente deixar para trás os medos que te consomem,
Corra quando você não se sentir bom o suficiente,
E tente esquecer cada limitação,
Embora seja difícil driblar a mente, corra e seja valente,
Se ainda houverem braços abertos, corra para lá,
Afaste os medos, as tensões e os temores,
Mais rápido, rápido e rápido,
Pois a vida é o palco de incertezas,
Então não pare diante de cada dúvida,
Corra, e apresente ao universo esse desejo,
Para que ele possa sempre te acompanhar,
Para que o medo seja apenas ponderações,
E não te falte o bem deste amar.