ONLINE
Imagens, cores reais, desses espelhos, concepções das nossas escolhas.
Nesses tablados, de mesmas vitrines, acolhidos por essa massa humana.
Cérebros com mesmos perfis, debruçados  nessas janelas escancaradas...
Onde os diálogos, esvaziam-se nas abreviaturas, e perdem-se nas  afeições.
Pois nada na natureza vive para se mesmo,os rios não bebem sua própria água.
Assim, ficamos entretidos na nossa solidão, e enclausurados entre parentêses.
 
Daí esses vernizes em nossas relações, daí os grandes hiatos, e essas hipérboles!
De extraordinário, ouvimos das mesmas zoadas, adjetivadas por mesmos gostos.
E esse eco estronda, se intensifica, e essas imagens desenham nossas máscaras...
Ouve-se e veem-se os sons, retratos de mesmas cavernas, estampadas nos rostos.
Vistos mesmos alicerces, robôs paridos em série, humanos imitando humanos...
E os sons, dessa cantiga, sonorizam os mesmos festejos, daí..., essas romarias.
 
Daí, os circos serem os mesmos, e todos equilibrando-se num mesmo galho.
Desse trapézio que é a vida, dançando num mesmo picadeiro, pintando a cara.
É que todos dessa era, vivem nas mesmas janelas, dessa comunicação,  trivial,
Todos rotulados por mesmo jargão,internautas, e mesma emoção congelada.
Estão ao vivo sem estar presentes, e online, é conjunção, oração subordinativa,
Ante essa dependência, esses modos, esse  chique, adjetivo que nos uniformiza.
Albérico Silva

 
 
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 01/08/2017
Reeditado em 01/08/2017
Código do texto: T6070902
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