O Tempo que nos Resta

Tantos corações de papel.

mais leves que o ar,

mais denso que o mar.

Como um pêndulo que oscila, entre a dor e o sofrimento,

Passo a ignorar o que se foi,

mas que em mim continua habitar.

Tanta capacidade para amar,

Tantas coisas para falar,

Tantos corações a dilacerar,

Efêmero, morno, estático.

No abismo em busca do nada,

Hoje! Meu coração está cintilante,

Batendo forte, a procura do seu,

Tantos corações vagando de encontro ao vento

O meu rasgando de puros sentimentos.

Rompe o dia

Vem a ventania,

Com cheiro de maresia

Fecho os olhos,

Cultivo esse amor platônico e gostoso de ficar.

O tempo que nos resta!

É o temo das estações.

Rio 28 de julho de 2017

Simone Lopes