A eternidade do silêncio.

Quando a gente nasce.

O mundo é cheio de beleza.

Quando crescemos.

Quebra-se o encanto.

O tempo todo era bom.

Dava para ter imaginação.

Bastava um sorriso.

Tudo era novo.

Quando deixamos de ser criança.

Sonhamos com a infância.

A felicidade parecia ser normal.

Entretanto, ela mora no meio.

E não no final.

Perdeu-se o tempo, nas descobertas.

Era um momento bonito.

Parecia ser eterno.

O silêncio encorajava o coração.

A contemplação era natural.

Havia tantos sinais.

As nuvens eram feitas de algodão.

A neve caindo em pleno verão.

Que mundo era esse, pura intuição.

O tempo todo era normal.

Tudo acabava em admiração.

Bastava um olhar.

Quando não somos mais.

Desejamos voltar a ser.

A felicidade seria então.

A não perda da magia.

A importância de acreditar em poder sonhar.

Dava para pensar na vitória.

Era fundamental ser ingênuo.

Acreditar nas fantasias.

Tudo era igual em outro dia.

Quando crescemos.

Desejamos voltar ao passado.

Dá para viver.

Mesmo quando percebemos.

Que o mundo ficou ruim.

Desejamos o início, quando tudo é o fim.

Recordamos eternamente do passado.

O pensamento da finalidade da vida.

Dói menos um pé cortado.

Que algum osso envelhecido.

O rosto desfigurado.

Os sinais vencidos.

Restará apenas a cognição reconfigurada.

O tempo, que exauriu nas recordações.

Imprescritíveis.

Dos sonhos inacabados.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 25/07/2017
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