LIQUIDEZ DE FELICIDADE (Lágrimas)
Quem são as lágrimas senão a parte liquida do coração,
Que não compreende ou não quer aceitar um hoje sem amanhã,
A chuva que cai quando a memória confronta os dias que não logramos êxito,
A corrente quente libertada por um olhar que perdeu sua mirada.
Quem são as lagrimas senão uma história interrompida,
Que o coração inocentemente sonhou e acreditou,
A parte doada e que não foi recebida,
Que molha o grito silencioso em seu quarto escuro.
Quem são as lágrimas que não queríamos fazer florescer,
Neste jardim de decepções que uma a uma foi plantada,
Pela mão que um dia desejamos segurar até o fim,
A mesma que abandonou os sonhos sufocando o coração.
Quem são as lágrimas senão sinal de vida em meio aos escombros,
Sal que arde, mas cicatriza cada ferida à regência do tempo,
Regando o solo onde a esperança adormeceu,
Fazendo-a despertar quando a madrugada encontrava sua maior escuridão.
Quem são as lágrimas senão o rio que seu motivo pode transformar,
No vale da paz um dia fluirá em águas tranquilas,
Sob as noites que devolverão as estrelas ao céu solitário,
Para que um dia possa sorrir ao invés de chorar, ou que o choro seja apenas liquidez de sua felicidade.