Cacos
Eu de espírito livre
Condenada as angustias ressonantes
Que não durmo na hora dos mortais
Também não sou o que já fui antes
Meus jardins viraram cinzas
Onde campos outrora verdejantes
Onde folhas tenras tinham orvalho fresco
Hoje a seca se faz pulsante
A face refletida no espelho
Encara monstros e medos
Mas reveste o corpo de alma
Que não ameniza nem acalma
A intensidade tempestiva que me movimenta
Hoje flerto com a saudade
Tiro para dançar a tempestade
Esperando o relógio atravessar o oceano
E trazer perto os pedaços que doei com a mão
Fragmentos imensos do meu coração.