Cacos

Eu de espírito livre

Condenada as angustias ressonantes

Que não durmo na hora dos mortais

Também não sou o que já fui antes

Meus jardins viraram cinzas

Onde campos outrora verdejantes

Onde folhas tenras tinham orvalho fresco

Hoje a seca se faz pulsante

A face refletida no espelho

Encara monstros e medos

Mas reveste o corpo de alma

Que não ameniza nem acalma

A intensidade tempestiva que me movimenta

Hoje flerto com a saudade

Tiro para dançar a tempestade

Esperando o relógio atravessar o oceano

E trazer perto os pedaços que doei com a mão

Fragmentos imensos do meu coração.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 21/07/2017
Código do texto: T6060831
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