Cena na vidraça
vejo a cena do vento
nas casas de papel.
ao tempo
ofereci o esforço
para mudar
o mundo.
o que não mudou
e nunca se desfez
foi a poesia.
com voracidade, tomou conta
da alma inteira, trouxe-me
caminhos de pedra e vento.
continuo a oferecer flores
e louvores aos deuses
das águas.
no final das cenas na vidraça,
relógios marcam o volume
e a gravidade da chuva.