O QUE?
O que pode o claro diante do escuro?
O salto diante do muro?
A rolha diante do furo?
O que pode o bode diante da cabra?
O voo debaixo da asa da arara?
O vulgar diante da coisa rara?
O que pode o homem diante do nome?
O nome diante da fome?
A fome diante do que come?
O que pode a raiz diante da foice?
O cego diante das estrelas da noite?
O morto de fome diante do doce?
O que pode a poesia diante da fria
palavra enterrada pela filosofia
que nomenclaturas vãs cria?
O que pode o que virá
diante do que aí está?