AMANHÃ
Amanhã certamente será outro dia
Outras coisas virão, outras, passarão
Novos sonhos poderão ser formar
No plasmar da cabeça vazia
Serei eu ainda, o que rasteja
O que verseja na esteira das horas
Atrás de uma ilusão qualquer
Serei o fútil, o estranho, o cabisbaixo
Mas serei o que não se satisfaz
O que tem dificuldade de sentir
Além das fronteiras de si mesmo
O que não se desvencilhou
O que quebrou as promessas
O que ainda se acha atado
Aos sonhos coxos, de outros tempos
Presos no ralo obstruído
Da vã consciência.