AMANHÃ

Amanhã certamente será outro dia

Outras coisas virão, outras, passarão

Novos sonhos poderão ser formar

No plasmar da cabeça vazia

Serei eu ainda, o que rasteja

O que verseja na esteira das horas

Atrás de uma ilusão qualquer

Serei o fútil, o estranho, o cabisbaixo

Mas serei o que não se satisfaz

O que tem dificuldade de sentir

Além das fronteiras de si mesmo

O que não se desvencilhou

O que quebrou as promessas

O que ainda se acha atado

Aos sonhos coxos, de outros tempos

Presos no ralo obstruído

Da vã consciência.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 02/07/2017
Código do texto: T6043349
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