MESMA BATIDA
Aquele objeto na parede ou no pulso,
que marca o quanto gastas no percurso
entre saber e aprender,
um dia será parado e esquecido,
o tempo, dentro da cúpula de vidro,
dormirá para sempre se esquecendo de nós,
que cantamos, com um cão,
ao som da nossa própria voz...
Podemos fazer isso agora
mas para isso precisamos desligar a memória
da pressa e da correria;
temos que ser como a poesia
que nasce e cresce em dez eternidades
e entre nós faz sua extensa viagem...
Um passo de cada vez e mil de supetão,
a cada mil milhas de pés cansados
uma só de coração,
que marca o tempo certo na vida
devagar e sempre em sua mesma batida...