Sinfonia do Silêncio (Redbird)
Feche, feche seus olhos e se esqueça.
A dor se comunica, e a luxúria tem seu preço.
Sem rumo, trôpego através da falsa travessa.
Terra ruída, noite cinza, riacho seco.
Sua memória por hora é o que me consola.
Minha bússula agora não aponta mais para o norte.
Lembro-me do vão e do anjo que perdeu a auréola
E suas palavras cheias que ditavam e semeavam somente a morte.
E escutei o silêncio (...)
Uma ampulheta que não indica o tempo
Inquietação do ócio, a gravidade do vento
Esqueço-me do chão e do diabo que recuperou sua santidade
Que dizia sobre o peso eventual e as possíveis vicissitudes da vaidade
E escutei o silêcio (...)
Não há vislumbre maior daquele silêncio.
Que rui o ser e abre o peito.
Libertando o som e quebrando o tormento.
A sinfonia dos pássaros pintados de vermelho.
Sinfonia do silêncio. (...)
A visão é limitada e turva.
Os joelhos se dobram e o tronco se curva.
Em meu coração existia um pássaro azul que cantava a todo momento...
Com o tempo ele multiplicou-se mas eu só escutava o silêncio.
Havia um pássaro azul dentro do meu peito.
Meu sangue o pintou de vermelho.