A recordação de um olhar distante.
Por que a intuição permite.
O barco voar como se fosse uma nave.
O vento levando o destino.
Ancorado na imaginação, sem limite.
Se o tempo não fosse à hora.
Se o silêncio determinasse o limite.
Agora que existe um lago cheio de bichos.
Se a noite não apagasse a luz.
Quando sopra o tempo.
Os trovões desabam como se os deuses fossem maldosos.
Escondem-se os vossos desejos.
Os raios brilhantes da energia de hidrogênio.
Enrugando a pele do rosto magoado.
Com efeito, o ar escorrega.
O pensamento some.
O que seria breve transforma-se em interminável.
A morte repete inexoravelmente.
As ondas vão e voltam de graça.
Deixando recordações não recomendáveis.
Seriam tais proposições a eternidade.
Por que então os sonhos não recordam dos mistérios profundos.
Um dia, dois dias, semanas, meses e anos.
Poderia alguém inventar outro mundo.
Com nova dialética, imposições imprescritíveis.
O que seria a ideia da inexistência.
A antimatéria.
O mais absoluto vazio.
Entretanto, ele é muito velho.
Pequeno, insignificante, todavia não deseja ir embora.
Igual a um pingo de chuva caindo no deserto.
Na esperança de nascer uma floresta.
Porém, o que haverá mesmo o sol sempre quente.
Criando , a terra improdutiva.
Como se não fosse possível à mudança dos eixos.
A continuidade imponderável escrita na imaginação.
Na esperança que o tempo pudesse mudar as passagens.
Um olhar perdido sonhando o último desejo.
Edjar Dias de Vasconcelos.