DIA
Amanheceu frio
Uma neblina na janela
Apresenta o dia triste
A hora que não se supera
O antes virou depois
O agora virou passado
O ontem perdeu seu brilho
Ficou apenas o fiasco.
Reteve para si o lamento
O dia estava cinzento
Desenhou pequenas lacunas
Na hora que se encontrava taciturna
Não acreditava no fato
O dia tinha seu teatro
Não se conteve no agora
Chorou fora de hora
Não esperava o feito
O dia tinha um defeito
Não conseguia conter
Um riso frio incontido
Pensou ser sentimento
Que dói e corta por dentro
Deixou seu pensamento
Na beira de precipício
Estava tão atordoado
Aquele dia quebrado
Que não acreditava ser possível
Chorou de puro alívio
Jogou sua lágrimas ao vento
Desejou passar o tempo
Que força não sabia de onde
Rasgou seu tempo sem piedade.
Parou um pouco o segundo
Secou a lágrima moribundo
Lavou o rosto com a brisa
Partiu sentido fracasso.
Agora com a calma que chora
Desenha uma nova hora
Tudo tem sua história
Guardou em sua memória
Que dia tivera no ontem
Que tempo levava na mala
O dia abriu seu coração
Centrou seu hoje na fala.
Agora era seguir
Olhar sua hora partir
Ainda que tivesse tempo
Passou aquele momento.
Sentou na janela a suspirar
Ligou seu sonho a rodar
Ouviu uma frequência sonora
Partiu, chegou sua hora.