DIA

Amanheceu frio

Uma neblina na janela

Apresenta o dia triste

A hora que não se supera

O antes virou depois

O agora virou passado

O ontem perdeu seu brilho

Ficou apenas o fiasco.

Reteve para si o lamento

O dia estava cinzento

Desenhou pequenas lacunas

Na hora que se encontrava taciturna

Não acreditava no fato

O dia tinha seu teatro

Não se conteve no agora

Chorou fora de hora

Não esperava o feito

O dia tinha um defeito

Não conseguia conter

Um riso frio incontido

Pensou ser sentimento

Que dói e corta por dentro

Deixou seu pensamento

Na beira de precipício

Estava tão atordoado

Aquele dia quebrado

Que não acreditava ser possível

Chorou de puro alívio

Jogou sua lágrimas ao vento

Desejou passar o tempo

Que força não sabia de onde

Rasgou seu tempo sem piedade.

Parou um pouco o segundo

Secou a lágrima moribundo

Lavou o rosto com a brisa

Partiu sentido fracasso.

Agora com a calma que chora

Desenha uma nova hora

Tudo tem sua história

Guardou em sua memória

Que dia tivera no ontem

Que tempo levava na mala

O dia abriu seu coração

Centrou seu hoje na fala.

Agora era seguir

Olhar sua hora partir

Ainda que tivesse tempo

Passou aquele momento.

Sentou na janela a suspirar

Ligou seu sonho a rodar

Ouviu uma frequência sonora

Partiu, chegou sua hora.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 16/06/2017
Código do texto: T6028666
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