Eu não me encaixo em mim...
Meus olhos não enxergar a direção
Não sei dizer sei ainda estou no caminho
Aliás, não tenho mais voz para falar
Meus pés recusam o chão, eu desabo
Os olhos embaçados, pelas lágrimas suprimidas
A voz silenciada pelos gritos não proferidos
Pelos pedidos de socorro não ditos
Os pés calejados não aguentam o peso
Não é meu corpo que pesa, é a vida
É a angustia sufocada, com um sorriso
É o medo engolido a força, como um café ruim
É o peso dos meus ombros doloridos
Me doem as tentativas, não tentadas
Me doem os nãos trocados por sorrisos forçados
Me doem os julgamentos alheios
Me doem as ofensas gratuitas
Doí a alma fantasiada
Doí a personalidade trancada
Doí a personagem criada
Doí a fera abatida
Eu não sou essa alma pela metade, que tu vês
Não sou essa personalidade ensaiada, que te agrada
Não sou essa personagem contida, essa coisa concisa
Eu não sou essa gata mansa, eu sou fera, sou fúria
Mas eu não posso rugir livremente
Eu não posso sair mostrando as garras e os dentes
Eu não tenho direito de quebrar o estereotipo
Eu não posso, e agora, não mais consigo