ATO FINAL

E assim,

a dor da carne fura minha alma,

tirando minha alegria.

Com o tempo passando,

a dor da alma perfurada fica ainda pior de suportar

e sem saber ainda o que fazer nessa estrada,

com a minha virada de dor e fantasia,

vejo, nitidamente, que não há o que fazer aqui.

Com o tempo, as pessoas vão esquecendo o que fui,

o que sou, onde estou e nem se lembrarão do que restou.

A vida é uma armadilha de sentimentos.

É uma arma apontada para eles.

Perdi a vontade de viver intensamente.

Com a alma furada, arrancada, dilacerada,

não consigo ter mais nada na mente,

a não ser, a vontade imensa de correr,

sem saber onde ir.

De morrer, sem piedade de mim.

De sair fora, baixar a cortina e fechar a tampa.

Não se tem propósito para viver por você mesma.

Vive-se em função dos outros.

Quando foi que alguém, nessa vida maldita, já viveu por mim ?

Quem ?

Pai, mãe, avós, tios, filhos, amigos, amores, amados,

rompantes desejados, quem viveu por mim ?

Ninguém !

Chega !

Não quero mais viver por ninguém,

nem por mim.

Ruggeri
Enviado por Ruggeri em 03/06/2017
Reeditado em 03/06/2017
Código do texto: T6017428
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