Roda Gigante
As mentiras estiradas
nas prateleiras de tiro
não me tiram mais suspiro.
Eu já compreendi os mecanismos
da Roda Gigante diante da alegria do parque
e os risos na superfície, overdose do açúcar
do algodão-doce e da maçã-do-amor,
quando cessam com o motor
que move os cavalos do carrossel
e o chapéu mexicano à noite
não faz mais qualquer cortesia,
não há nem na glicose energia
a correr em meu sangue com chiste
que me faça crer que a lua pintada
na fachada do trem fantasma existe
apenas porque sofre eclipse
quando o brinquedo faz um giro
e as mentiras estiradas
nas prateleiras de tiro
não me tiram mais suspiro.