ECOS DE AMOR

Ah, se pudéssemos encontrar a cura de todo mal,

Ou rastreássemos todas estrelas até o fim do universo,

Se pudéssemos numerar os grãos de areia de uma praia,

Ou trazer paz ao coração que sofre por uma despedida.

Somos anjos que não aprenderam a voar,

Presos em seus infernos particular,

Observando entre a canção dos ventos,

O voo singelo das aves que migram no verão.

Ah, se pudéssemos retalhar todo medo,

Ou limitar nossas ansiedades,

Se pudéssemos prolongar os risos,

E retardar cada partida.

Somos filhos de uma poeira milenar,

Os reflexos das voltas que o mundo dá,

Os que assistem o caminhar pela própria sombra,

Aguardando redenção.

Ah, se pudéssemos nos desprender das consequências dos erros,

Ou com a tinta da vida reescrever nossa própria história,

Se pudéssemos prever que após os riscos de andar no deserto,

Sempre terá uma fonte transbordando.

Somos a resenha de uma perfeição,

Riscada a cicatrizes,

Para que nossas raízes,

Suportassem os ventos da dor.

Ah, se pudéssemos encontrar a cura de todo mal,

Quem sabe as coisas perderiam o sentido,

Não adiantaria desvendar os segredos do infinito,

Se ao final não ouvíssemos ecos de amor.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 31/05/2017
Código do texto: T6014959
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