Das Águas
É raro
Mas, algumas vezes, me banho no mar
O mar que já engoliu tantos
E sei que ainda há de me engolir um dia.
Por isso prefiro saber qu'eu estarei diante dele só de passagem
Pois eu me rego, de fato, dos ciclones da mente.
Há na minha cabeça tufões e redemoinhos
Pensamentos altruístas e mesquinhos
Mas, ainda sim, penso e não morro afogado.
Não morro sequer de pensar no pecado ou no nada
Porque esse é o princípio.
Nada.
Nada o peixe que come o homem afogado que pecou antes da morte sem rogar clemência ao mar.
Então, para sempre existiremos
Por pensarmos
Por nos nos banharmos
Por morrermos
Ou por nada.
R.N.