Por Quê?

Eis que me vejo sendo conduzido por uma força maior

Ora essa, eu tinha a certeza de que conhecia tudo,

Mas agora estou sendo apresentado a todos ao meu redor

E percebo que sou apenas uma partícula ingênua no mundo

Totalmente ignorante, alto, confiante e cego

Quem poderia conter a curiosidade de se espalhar a céu aberto?

Mas que é exigido um certo tipo de fato concreto

A criação de uma nova forma de razão é certa,

Porém, não é de se esperar que seja aceita

O ser humano almeja algo que os surpreenda

Mas muito desejam continuar com tradições do lar,

E ai de quem burlar essas leis, mas vejam o que eu encontrei

Algo novo, logo, eu farei perguntas, como a da "galinha e o ovo".

Por que a Lua brilha? E por que o Sol me ilumina?

Por que sinto falta daquela menina? Por que as lembranças me ensinam?

E de tão óbvio, e imediata resposta, não existe o tempo para pensar

Talvez a Lua está lá para me guiar, brilhando no céu, e minhas ideias clareando

Permitindo as estrelas que continuem a ficar me seguindo

O Sol me aquecerá quando eu estiver deprimido,

Fazendo um pedido a chuva, que descerá em meu rosto feito um rio

E aquela menina? Por que ela se tornou imortal para mim?

Será pelas discussões que acarretaram no fim?

Será por que ela fora uma das poucas que me disseram sim?

São deveras múltiplos fatores que me rodeiam, transformando-os em possibilidades

Similar aos rodeios que, de vez em quando, ocorrem em minha cidade

O público desconhece a verdade, mas ela vos é apresentada, parte por parte.

Escrevendo feito uma máquina lubrificada,

Buscando me entreter na noite silenciada

Estando quieto, mas com os pensamentos em movimento

Não parando por nenhum momento, buscando um novo jeito

Escrevo com acelerados batimentos em meu peito,

Mas sem saber direito por que eles estão fazendo confusão

Então, qual seria o motivo dessa minha intenção?

Pois não sou provido de diversos leitores para me acompanhar

Mas por que não quero parar?

Por que insisto em continuar?

O que pretendo ganhar? Onde quero chegar? E para que?

São tantas perguntas, tantas dúvidas, que me encontro perdido

Isso mesmo, me encontrei em um estado físico e mental fora do normal

Seria estes então indícios de que estou caminhando lentamente para o hospício?

Pois, há quem diga que estou gradativamente ficando louco

Que, pela quantidade incontável de palavras que escrevo, acabarei ficando oco,

Sem conseguir distinguir o que é real e o que é pura ficção

Mas como disse, não consigo parar, impossível de explicar,

Como se alguém, invisível, segurasse firme meus remos, e remasse

E não me contasse onde estaria a me levar, isto é algo que cabe a mim, sozinho, desvendar.

Mas por que me lembro de um certo segundo do tempo?

Por que a minha mente custa a se adaptar com o recém-chegado conhecimento?

Enlouqueço-me tentando encontrar uma resposta neste imenso jogo de quebra-cabeça

Onde está o sentido, essa é a real fraqueza de minha existência,

Como uma criança, que incorpora a ignorância e a insistência

Será em vão em dizer que "é assim que as coisas são, e ponto final", quero saber,

E costurar minhas pontas soltas de volta a seus lugares.