Razões
Por que devolver às mãos, essa forma de voar?
É como um vício, difícil não se impregnar...
Perfuma poesia, mesmo com odor de folhas mortas
Que adentra a cada dia, por entre janelas e portas
Colore o negrume temporal que chega sem avisar
Dissipa tons escuros, e um arco-íris faz aquarelar
Suaviza o caminho, a solidão que afugenta amigos
A incompreensão do: "vem, fica um pouco comigo"
Por que devolver esse brilho tão bom à esse olhar?
Não vê o bem que me faz, bem que tento tanto negar
É dom, alma de poeta, flor querendo da secura brotar
Ainda que cresça graças a esse eterno prantear...