A destruição dos sonhos.
O que devo pensar.
O que devo dizer.
Se o mundo é a imaginação.
Sou muito comum para interpretar.
Essa breve canção.
Mas nesse instante estou comovido.
Com o presente inexistente.
Qual é a intuição que deve ser revelada.
Não existe intuição.
[Pois o sujeito não tem existência.]
Então qual é o meu caminho.
O que posso fazer com o tempo.
Quando não há sequer espaço.
O que é o dia hoje.
Tão somente um porrão.
Sem penetração da luz do sol.
Entretanto, não é a caverna de Platão.
Todavia, o tempo.
Entretanto, o que é o tempo.
Lógico a repetição da história relatada.
Não sei se existe algum motivo para olhar o infinito.
Ver as nuvens voando.
Pergunto qual a direção.
Porém, não existe caminho.
O que há mesmo um trilho sendo montado.
Ando para frente vejo o passado.
Porém, o que é o passado.
A anterioridade do tempo.
Então tenho que rir esperando pelo presente.
Tal procedimento me cansa.
Por que minha memória não é cognitiva.
Apenas sinteticamente ideológica.
Diria a priori.
Que mundo é esse sem graça.
Metafórico.
Exuberantemente desnecessário.
Fico pensando o que não devo pensar.
Vem a minha mente, não sou gente ainda bem.
Só desejo falar, entretanto, não consigo.
Embarco na vontade dos sonhos e me perco totalmente.
O que importa se não sou sapiens.
Nem mesmo tenho genética.
O que importa tudo isso.
Se a felicidade é apenas um conceito etimológico.
Todavia, não sou metafísico.
Tudo estranho, muito estranho.
Bateu em meu peito a ficção.
Não houve barulho.
O silêncio está escondido.
Com efeito, esse lugar está perdido.
No desértico coração.
Amanhã não será outro dia, muito menos a noite.
Mas haverá um grito interminável de aleluia.
Um caminho abandonado.
De ofendidos.
Perdidos.
Oriundos da sonolência da vida.
Edjar Dias de Vasconcelos.