Meu amigo, meu irmão
Meu irmão, meu amigo.
Nunca estas palavras soaram tão tortas em minha boca.
O que aconteceu contigo?
O que aconteceu comigo?
Nossas almas, ligadas, uma força eterna
Nossa amizade…
Deveria ser assim, mas então responda-me;
Porque insistes em me fazer tão mal?
Já faz tempo, tuas palavras cortam como facas
E sua risada queima como ácido.
Ai de mim, mas por que eu?
Com todo o mundo para divertir à tua maldade,
Escolhes despejar em mim o teu veneno.
Eu já não aguento…
Desculpa-me por ser fraco e frágil
Por não ser mais como você.
Eu já entendi isso e achei que também me entendia.
Vejo, entretanto, que não.
Logo, não há espaço na minha vida para mais dor.
Tu deverias ser meu apoio, meu irmão
Meu suporte nos momentos difíceis.
Deveria ser tu, amigo, a mão que me sustenta
Quando minhas pernas falham.
Mas ao contrário, sinto-me armado e inseguro
É difícil ficar em tua presença
E eu reconheço, já não somos mais como fomos.
Nossa conversa não é mais a mesma, não tem o mesmo efeito
Estamos cansados um do outro.
Eu estou cansado de você.
Estou cansado…
Agradeço-te pelos anos de amizade, companheirismo
Agradeço-te por tudo,
Mas eis que vos digo, não mais vais tirar nada de mim,
Pois eu não tenho mais nada em mim para dar.
Se tiveres compaixão de teu velho amigo,
Vira-te e vai pra qualquer lugar.
Deixa-me só, pois não adianta insistir.
Estamos errados um para o outro.
Algo não está mais se encaixando entre nós.
E embora, isso possa não ser um fim,
Ainda assim não será o mesmo.
Eu estou morto, meu irmão.
Morri e tu nem percebestes.
Morri e nem mesmo senti teu luto.
Algo em mim, se quebrou definitivamente.
Não há retorno para mim, e para ti
Não te obrigarei a me aguentar.
Obrigado, mas agora vá.